Cirurgia microscopicamente controlada


Essa técnica foi introduzida, inicialmente, por Frederic Mohs nos Estados Unidos, na década de 1930. A cirurgia microscopicamente controlada consiste na remoção do tumor e na avaliação histopatológica total das margens cirúrgicas.

 
 

Comparada com o método tradicional, é a técnica que proporciona os melhores índices de cura, com o menor dano tecidual da área afetada pelo tumor. Por esse motivo, essa técnica é geralmente indicada para o tratamento de tumores em regiões delicadas (p. ex., face, mãos, pés e genitália) e de tumores agressivos e recidivantes, em qualquer local do corpo.

Ainda hoje, qualquer técnica microscopicamente controlada é erroneamente chamada de “técnica de Mohs”, talvez por ter sido a pioneira. O fato é que, a partir dela, vários outros métodos foram desenvolvidos, com características diferentes de execução, como o método Munique e o método de Tübingen.

Na DermaOnco, realizamos o método de avaliação tridimensional descrito por Helmut Breuninger (3D Histology Evaluation of Dermatologic Surgery), desenvolvido em Tübingen, na Alemanha, e por isso é bastante conhecido como “técnica de Tübingen”. Pode ser aplicado transoperatoriamente (micrográfico) ou após a cirurgia principal.

Controle microscópico tridimensional pós-operatório

A remoção do tumor é semelhante ao método tradicional, com margem oncológica preestabelecida. Entretanto, o material retirado passa por um preparo específico antes de ser encaminhado ao laboratório. As margens são marcadas com tinta nanquim em pontos referenciais; após, a parte removida é acomodada em uma superfície plana, embalada em uma cápsula de histopatologia e acondicionada em um frasco com formol. Com isso, é possível elaborar um desenho (mapa) com todas as referências e detalhes do tumor, que serve de orientação no preparo histopatológico.

 
 

No laboratório, com o auxílio do mapa, a peça extraída é preparada para as fases seguintes por um técnico especializado acompanhado pelo cirurgião. Após o preparo, as lâminas histopatológicas são examinadas por um dermatopatologista, que fornece o resultado final. Caso haja tumor presente em alguma margem, o mapeamento permite localizar com maior precisão a área que deverá ser removida em um novo procedimento cirúrgico.

Controle microscópico tridimensional micrográfico (transoperatório)

Neste tipo de procedimento, a cirurgia e o exame das margens são realizados no mesmo dia, de maneira sequencial.

 
 

Diferentemente do método de remoção convencional, a remoção é iniciada com uma margem menor do tumor visível (micrográfica) e todo o preparo histopatológico da peça removida é realizado em um laboratório anexo ou próximo da sala de cirurgia.

Caso haja tumor presente nas margens, marcam-se os locais (caso seja mais de um) no mapa de orientação e procede-se à nova remoção, no mesmo tempo operatório. Esse procedimento é realizado sucessivamente até que não haja tumor observado nas margens, sendo realizada a reconstrução local.

A maneira de preparo tem diferenças em relação à técnica clássica descrita por F. Mohs. Ao contrário desta, em que um profissional (geralmente o dermatologista) executa a maior parte das etapas, o método de avaliação tridimensional é desenvolvido de maneira multidisciplinar, contando com cirurgião-coordenador, patologista e médicos de apoio (cirurgião plástico e plástico ocular, cirurgião de cabeça e pescoço, entre outros). Ou seja, cada um atua em sua área de especialidade de forma conjunta.

Os métodos micrográficos são os que reúnem os dois objetivos principais no tratamento do câncer de pele: maior índice de cura e menor possibilidade de dano tecidual da área acometida pelo tumor.

Entretanto, cabe salientar que não há método que garanta 100% de cura, portanto, é necessário que o paciente permaneça em acompanhamento continuado e sistemático.

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